28 de janeiro de 2008

cacos de história.


recordo-me de, uma vez, ter visto no jornal algo sobre uma mulher que num ato de vandalismo quebrou todos os copos e vasos que estavam em uma vitrine aberta de uma loja de cristais e, não satisfeita, ainda atacou os carros que estavam estacionados por perto. qualquer um se assustaria. afinal, o que deu nessa mulher pra fazer tal loucura?!
segundo o jornal, ela seria levada ao tribunal, porém não seria presa já que o motivo de tal ato agressivo era o fato de que ela teria acabado de receber a infeliz notícia, tanto pra ela quanto para os prejudicados pela sua conseqüente ação, de que viria a morrer.
lembro-me também do tom de voz da repórter,como que uma mistura de condenação e indignação. os comentários também não foram dos melhores. "pra que fazer isso?!"; "pô, e vai dar mó prejuízo pros outros..."; "já pensou se cada um que fosse morrer fizesse algo assim?". até eu mesma fiquei um tanto quanto indignada e reprovei a situação exclamando um "nossa!" com dó do dono da loja, ao ver as imagens da câmera de segurança.
mas, não sei por que motivo puxei isso dentre as gavetas da minha memória desorganizada enquanto estava no ônibus, à caminho da escola (realmente eu penso melhor sobre rodas), e fiquei refletindo que... eu provavelmente sentiria como que fazendo o mesmo. não a vejo como uma louca, não mais. não vejo como um simples ato de vandalismo, nem como o dono da loja sendo a vítima. sim, de certa forma foi, mas não a principal. a vida dele continua, foi um prejuízo enorme com muitos zeros a direita, mas qual o preço da vida?
pois imagine você, se soubesse que não teria chances de sobreviver mais do que um mês, por exemplo. como se sentiria? o que faria?
eu vejo essa situação como um grito desesperado de alguém apaixonado pela vida que só precisava de alguém para dividir a dor. não é justo que só ela só ela sofra. é claro que morrem pessoas todos os dias. mas e quando é você? e se fosse você? os outros morrem, mas e você?
tento imaginar a dor dessa mulher, e penso compreender. bom, imaginar posso, apenas. talvez seja uma dor maior, não sei. não a senti como ela. não sei que planos essa vida tinha, ou sonhos que jamais seriam realizados. não sei dos amores e da familia que seria deixada. não sei se quer se havia algo ou alguém. não sei se o que havia era a esperança de achar ou o desespero de não ter encontrado.
enfim, eu gostaria de ter essa paixão desesperada pela vida... por um fôlego, um pulsar. pra mim ela é um exemplo de como deveriamos ser desesperados pela vida. não atingindo ao próximo com nossa dor, isso não. mas que tenhamos sede de viver e valorizemos o tempo que nos foi concedido pela mão do criador.

16 de janeiro de 2008

obrigada!

post em agradecimento as indicações que recebi :)
é, eu sei que faz tempo.
eu só nao tive disponibilidade pra postar devido a um punhado de mudanças que ocorreram na minha vida.

bom, vamos lá.
recebi indicações para dois selos.
agradeço ao mingá pelo selo escritores da liberdade (i) e a nat que me indicou tanto ao escritores da liberdade (ii) e quanto ao selo blog de elite (i).

agradeço de coração, pelos selos e palavras. muito obrigada mesmo.
taí:

eu sei que a intenção é que eu aponte mais cinco blogs para cada selo, mas não vou fazer isso, uma vez que estou afastada daqui. peço desculpas por minha omissão.

bom, isso aí. mas uma vez, muito obrigada!

- má.

neblina densa.

percebes o ar denso?
logo vem chuva. ou não. ou vem?
ar sufocante.
tu, neblina, me impedes de ver e de pensar.
mas forço-me. pense. veja. abra os olhos.
abri. não, nada vejo.
cega, com olhos de quem não quer ver.
mas penso, percebe?
a neblina se cega e não percebe;
cega-me e não vejo.
vá embora e se disperse e se despeça.
não percebe o que penso?
és neblina, nada vês.
- má.