8 de março de 2010

So you go on and I'll be happier ♪

[wiping her tears]
How do you say goodbye to someone you can't imagine living without? I didn't say goodbye.
[pause]
I didn't say anything. I just walked away.
- {My BlueberryNights}


Então, preste atenção. Como não sei dizer, parafraseio autores que falam por mim. E as palavras de Caio Fernando Abreu podem me expressar aqui:

"Vai passar, tu sabes que vai passar. Talvez não amanhã, mas dentro de uma semana, um mês ou dois, quem sabe? O verão está ai, haverá sol quase todos os dias, e sempre resta essa coisa chamada “impulso vital”. Pois esse impulso às vezes cruel, porque não permite que nenhuma dor insista por muito tempo, te empurrará quem sabe para o sol, para o mar, para uma nova estrada qualquer e, de repente, no meio de uma frase ou de um movimento te supreenderás pensando algo como “estou contente outra vez”. Ou simplesmente “continuo”, porque já não temos mais idade para, dramaticamente, usarmos palavras grandiloqüentes como “sempre” ou “nunca”. Ninguém sabe como, mas aos poucos fomos aprendendo sobre a continuidade da vida, das pessoas e das coisas. Já não tentamos o suicidio nem cometemos gestos tresloucados. Alguns, sim - nós, não. Contidamente, continuamos. E substituimos expressões fatais como “não resistirei” por outras mais mansas, como “sei que vai passar”. Esse o nosso jeito de continuar, o mais eficiente e também o mais cômodo, porque não implica em decisões, apenas em paciência.
Claro que no começo não terás sono ou dormirás demais. Fumarás muito, também, e talvez até mesmo te permitas tomar alguns desses comprimidos para disfarçar a dor. Claro que no começo, pouco depois de acordar, olhando à tua volta a paisagem de todo dia, sentirás atravessada não sabes se na garganta ou no peito ou na mente - e não importa - essa coisa que chamarás com cuidado, de “uma ausência”. E haverá momentos em que esse osso duro se transformará numa espécie de coroa de arame farpado sobre tua cabeça, em garras, ratoeira e tenazes no teu coração. Atravessarás o dia fazendo coisas como tirar a poeira de livros antigos e velhos discos, como se não houvesse nada mais importante a fazer. E caminharás devagar pela casa, molhando as plantas e abrindo janelas para que sopre esse vento que deve levar embora memórias e cansaços.
Contarás nos dedos os dias que faltam para que termine o ano, não são muitos, pensarás com alívio. E morbidamente talvez enumeres todas as vezes que a loucura, a morte, a fome, a doença, a violência e o desespero roçaram teus ombros e os de teus amigos. Serão tantas que desistirás de contar. Então fingirás - aplicadamente, fingirás acreditar que no próximo ano tudo será diferente, que as coisas sempre se renovam. Embora saibas que há perdas realmente irreparáveis e que um braço amputado jamais se reconstituirá sozinho. Achando graça, pensarás com inveja na largatixa, regenerando sua própria cauda cortada. Mas no espelho cru, os teus olhos já não acham graça.
Tão longe ficou o tempo, esse, e pensarás, no tempo, naquele, e sentirás uma vontade absurda de tomar atitudes como voltar para a casa de teus avós ou teus pais ou tomar um trem para um lugar desconhecido ou telefonar para um número qualquer (e contar, contar, contar) ou escrever uma carta tão desesperada que alguém se compadeça de ti e corra a te socorrer com chás e bolos, ajeitando as cobertas à tua volta e limpando o suor frio de tua testa.
Já não é tempo de desesperos. Refreias quase seguro as vontades impossíveis. Depois repetes, muitas vezes, como quem masca, ruminas uma frase escrita faz algum tempo. Qualquer coisa assim:
- … mastiga a ameixa frouxa. Mastiga , mastiga, mastiga: inventa o gosto insípido na boca seca …
"



#np: Think Of You - A Fine Frenzy

Just to put your mind at ease
You don't owe me anything
You paid me well in memories

Sinto muito, mas o que posso dizer é: vai passar. E continue, não volte. Não volte.

12 de outubro de 2008

um zumbido.



seus olhos se voltam para a luz... vai, vai e voa. voa rápido! mas... um barulho?
então a luz... a luz não era a saída? era apenas um ponto de luminosidade, não a saída. a saída, na verdade, estava fora de seu campo visual. afinal, tão pequena, o que era ela diante de um quarto inteiro?
ela voa sobre retratos, todos tão bem organizados, vivos. um homem e uma mulher... lembrança eterna de um abraço. quem disse que as lembranças não são vivas?
pousa levemente sobre a beira de uma xícara. aquela marca de batom, diga-se: vermelho, que a poucos instantes alguém deixou; e no fundo, os restos de açúcar e chocolate no que sobrou do leite, já em temperatura ambiente e não mais tão gelado. doce. doce vida.
aquela infinidade de olhos vêem algo que se aproxima. e as asas sentem um vento que parece ter uma velocidade imensa. e batem. rumo à segurança se livrando da "mão-da-morte". mão esta, que ordenou tão meticulosamente cada um dos livros e cadernos de anotação sobre a escrivaninha; um deles aberto, com a caneta ao lado.
e tudo ali não passa de manchas diante de sua percepção; e as patinhas encontram descanso sobre o papel com a tinta, já seca, que a pouco foi passada ali por uma caneta.
- mãe, posso colocar um copo sobre ela?
- não. espanta pela janela que não quero bicho morto nas minhas coisas...!
- ela podia ser meu mascote!...
- podia não. mosca não vive mais que dois dias, ainda mais presa!
as asas começam a bater novamente, a janela estava aberta. enfim a saída. enfim a verdadeira luz. e a mosca sai, rumo à sabe-se lá onde.
- má.
(desculpas pelo poste anterior. foi um momento de revolta contra atitudes de alguns alheios :x não quis ser grosseira nem nada :P)

4 de outubro de 2008

três normas de mim.

1. nunca mexa nas minhas coisas. eu odeio xeretisse. meus cadernos e anotações são sagrados pra mim: ninguém toca; ninguém lê; ninguém olha. ninguém. pergunte-me e se eu não responder, não insista por muito tempo e não procure saber ou perderá minha confiança de vez.

2. nunca minta pra mim. odeio que façam/falem por minhas costas. eu posso perdoar (ou dizer que perdoei e fingir esquecer), mas dificilmente você vai continuar tendo minha confiança.

3. nunca duvide de mim, jamais contrarie minha palavra. se eu digo alguma coisa, não diga que estou mentindo. se eu digo que vou fazer algo, não diga que eu não posso, que não consigo. não duvide de mim. odeio isso. ponto.




é difícil? então se esforce. claro, se quiser...
sem imagens hoje.
-má.

16 de setembro de 2008

"você pode me ajudar?"


"ei! aonde estou?" ela é ignorada. e tudo que pensa é: "como cheguei aqui?"
por aquelas ruas sujas e sombrias, ela corre sem destino, procurando por algo que a guie. uma luz? um sinal? uma placa? alguém? quem sabe... alguém que não a julgue. alguém que não peça nada em troca. e que saiba, exatamente, do que ela realmente precisa. o que ela precisa ouvir, o que ela precisa sentir.
"você pode me ajudar?" ela pergunta ao farmacêutico. ele sorri maldoso: "do que você precisa?". ela olha sua postura reta, e repara em uma placa, acima de sua cabeça. o que era mesmo que estava escrito lá? ela não podia ler, seus olhos estavam embaçados. "eu preciso de algo que me tire essa dor, você pode me ajudar?" ela pede. "aonde dói, minha criança?" o homem a olha bem dentro dos olhos. "bem aqui, você pode me ajudar? por favor..." suplicando a garota cai em seus joelhos e fecha os olhos, chorando. ao notar isso o homem a responde: "eu não posso tirar essa dor de ti, você sabe quem pode. porém eu tenho algo que possa aliviá-la" ele diz a ultima palavra pausadamente... "por favor, por favor! diga-me o que é?", ele lhe mostra um pacote e se aproxima de seu ouvido: "ISSO. maaas ISSO tem um preço, disposta a pagar?". seu desespero é tanto que ela não ouve o seu interior, aquela voz tão baixa lhe dizendo que não devia confiar naqueles olhos sem brilho... e sem pestanejar... "qualquer coisa por alívio...". "ótimo!".
alguém que observava a garota, corre ao seu encontro: "ei!". ela olha o garoto, "oi...". ele sorri. "o que você quer, seu monte?", o homem com o pacote fica nervoso. a garota curiosa examina e pergunta ao que saiu das sombras "eu te conheço de algum lugar, não é verdade?". o garoto olha para baixo, parece procurar por coragem em seus cadarços desamarrados para dizer alguma coisa. então ele apenas levanta os olhos, fixos nos olhos castanhos e cheios de dúvida da menina, e sorri. o sorriso mais doce que ela já tinha visto. e isso a faz lembrar que... espere, aonde foi parar aquela dor? seu coração encontrou paz. e seus olhos, eles brilhavam.

-má.

9 de setembro de 2008

estória.


como eu queria que alguém me visse no meio dessas linhas. se alguém entendesse aquela palavrinha ali. aquela frase na verdade era... bom, deixa pra lá. você provavelmente já esqueceu, não é? é tudo meio fantasiado. você nem se lembra mais o que eu disse, e não se preocupou em me estudar. difícil de entender. você me leu, mas não me estudou. se você pelo menos visse, era só abrir um pouquinho mais os seus olhos... era só olhar um pouquinho mais a dentro... enxerga agora? não, claro que não. é difícil ver além de palavras. o significado está muito encoberto... ah, talvez nem mesmo ler você tenha feito. mas eu estou aqui. e a charada cabe a você descobrir. realmente não é fácil, eu sei. mas eu pensei que pelo menos você pudesse entender. porque na verdade era só você que eu gostaria que entendesse. aos outros podem ser simples parágrafos com certa... com uma estória. não me importa mais.
- má.

29 de junho de 2008

fora de alcance.

a criança olha a bola. ela esta em cima da árvore e não há o que o menino, tão pequeno, possa fazer. e a bola não se move. ele tenta alcançar com um pau, uma escada, uma pedra, um sapato! mas em nada tem sucesso. e a bola não se move. talvez se ele fosse alguns centímetros mais alto... quem sabe!...
fora de alcance.
o gato sobe na árvore, passa pela bola, indiferente. vai na ponta do galho, ao máximo que consegue, mas ainda não alcança a janela. e a torta não se move. seu cheiro chega ao gato, ele pode quase sentir seu sabor. mas não pode prová-la. o cheiro lhe enche de desejo, parece tão deliciosa, mas... tão distante, a torta não se move. quem sabe... se o galho fosse mais longo!...
fora de alcance.
a criança não alcança à bola, nem o gato à torta. a criança vai à cozinha e come da torta, não gosta e dá pro cachorro.

- má.

18 de maio de 2008

desembocar no sonho.

como um rio, que não volta; que sempre vai avante, ao fim. desvie das barreiras, esquive, sempre ao teu destino, avance ao objetivo.
que as chuvas; tempestades não te parem, mas te sirvam como força e te levem ao teu mar.
continue e siga o ciclo, nunca desista de viver. chegando ao mar, novos desafios aguardam. e se o sonho evapora, novo começo encontra na chuva. o fim é sempre apenas mais um começo.

-má.

30 de março de 2008

linhas.



encontram-se, cruzam e brigam. caminham iguais, paralelamente juntas. vão e se trançam e dançam em valsa. grossas e finas, iguais... diferentes. únicas, cada uma. ricas em detalhes, apesar de tão simples. veja o que você vê.
-má.

10 de março de 2008

a menina mais linda do mundo.

- definitivamente, você é a menina mais linda do mundo...
- está apaixonado por mim?
- por que diz isso...?
- todo homem se apaixona pela menina mais linda do mundo.
- todo mundo é apaixonado por você, então...?
- o mundo não é o mesmo para todos. se você diz que sou a menina mais linda do mundo, é do seu mundo que você fala.
- mas eu me apaixonei por outras meninas que não eram você, que é a única menina mais linda do mundo...
- elas já foram as meninas mais lindas do seu mundo. foram durante sua paixão por elas.
- e meu mundo mudou para eu deixar de estar apaixonado por elas...?
- talvez sua forma de ver o mundo tenha mudado.
- talvez você tenha mudado minha forma de ver o mundo.
- hum... aposto que você diz isso pra todas.
- não, somente pras meninas mais lindas do mundo...

vide: http://de.youtube.com/watch?v=4cJb9oc8iAg&NR=1
recomendo!


-má.

1 de março de 2008

vá.


amordaçada e enterrada. não venha acordá-la novamente. ela está dormindo, dopada. não venha querer reanimá-la, não venha. está tudo bem assim.
ela está morrendo mas não faça esforço para salvá-la, está bem assim. não a salve no último minuto, ela não quer mais ser salva, ela não o quer mais. ninguém mais a quer, deixe a morrer. a terra não tem mais forças para sustentá-la, não há mais força nela: está seca. lágrimas a molharam por um tempo, mas desde que foram secadas, a flor está a morrer. e já deveria ter morrido. daonde vem sua insistência? só não faça regarem-na novamente. não.
os gafanhotos consumiram tudo o que plantou. a flor está a morrer. agora, novas plantas nasceram, e mais bonitas. muito mais bonitas, muito mais coloridas e alegres. e sua flor não vai permanecer lá por muito tempo. vá, vá embora. não venha salvá-la, por favor.


-má.

28 de janeiro de 2008

cacos de história.


recordo-me de, uma vez, ter visto no jornal algo sobre uma mulher que num ato de vandalismo quebrou todos os copos e vasos que estavam em uma vitrine aberta de uma loja de cristais e, não satisfeita, ainda atacou os carros que estavam estacionados por perto. qualquer um se assustaria. afinal, o que deu nessa mulher pra fazer tal loucura?!
segundo o jornal, ela seria levada ao tribunal, porém não seria presa já que o motivo de tal ato agressivo era o fato de que ela teria acabado de receber a infeliz notícia, tanto pra ela quanto para os prejudicados pela sua conseqüente ação, de que viria a morrer.
lembro-me também do tom de voz da repórter,como que uma mistura de condenação e indignação. os comentários também não foram dos melhores. "pra que fazer isso?!"; "pô, e vai dar mó prejuízo pros outros..."; "já pensou se cada um que fosse morrer fizesse algo assim?". até eu mesma fiquei um tanto quanto indignada e reprovei a situação exclamando um "nossa!" com dó do dono da loja, ao ver as imagens da câmera de segurança.
mas, não sei por que motivo puxei isso dentre as gavetas da minha memória desorganizada enquanto estava no ônibus, à caminho da escola (realmente eu penso melhor sobre rodas), e fiquei refletindo que... eu provavelmente sentiria como que fazendo o mesmo. não a vejo como uma louca, não mais. não vejo como um simples ato de vandalismo, nem como o dono da loja sendo a vítima. sim, de certa forma foi, mas não a principal. a vida dele continua, foi um prejuízo enorme com muitos zeros a direita, mas qual o preço da vida?
pois imagine você, se soubesse que não teria chances de sobreviver mais do que um mês, por exemplo. como se sentiria? o que faria?
eu vejo essa situação como um grito desesperado de alguém apaixonado pela vida que só precisava de alguém para dividir a dor. não é justo que só ela só ela sofra. é claro que morrem pessoas todos os dias. mas e quando é você? e se fosse você? os outros morrem, mas e você?
tento imaginar a dor dessa mulher, e penso compreender. bom, imaginar posso, apenas. talvez seja uma dor maior, não sei. não a senti como ela. não sei que planos essa vida tinha, ou sonhos que jamais seriam realizados. não sei dos amores e da familia que seria deixada. não sei se quer se havia algo ou alguém. não sei se o que havia era a esperança de achar ou o desespero de não ter encontrado.
enfim, eu gostaria de ter essa paixão desesperada pela vida... por um fôlego, um pulsar. pra mim ela é um exemplo de como deveriamos ser desesperados pela vida. não atingindo ao próximo com nossa dor, isso não. mas que tenhamos sede de viver e valorizemos o tempo que nos foi concedido pela mão do criador.

16 de janeiro de 2008

obrigada!

post em agradecimento as indicações que recebi :)
é, eu sei que faz tempo.
eu só nao tive disponibilidade pra postar devido a um punhado de mudanças que ocorreram na minha vida.

bom, vamos lá.
recebi indicações para dois selos.
agradeço ao mingá pelo selo escritores da liberdade (i) e a nat que me indicou tanto ao escritores da liberdade (ii) e quanto ao selo blog de elite (i).

agradeço de coração, pelos selos e palavras. muito obrigada mesmo.
taí:

eu sei que a intenção é que eu aponte mais cinco blogs para cada selo, mas não vou fazer isso, uma vez que estou afastada daqui. peço desculpas por minha omissão.

bom, isso aí. mas uma vez, muito obrigada!

- má.

neblina densa.

percebes o ar denso?
logo vem chuva. ou não. ou vem?
ar sufocante.
tu, neblina, me impedes de ver e de pensar.
mas forço-me. pense. veja. abra os olhos.
abri. não, nada vejo.
cega, com olhos de quem não quer ver.
mas penso, percebe?
a neblina se cega e não percebe;
cega-me e não vejo.
vá embora e se disperse e se despeça.
não percebe o que penso?
és neblina, nada vês.
- má.

11 de dezembro de 2007

brilhe em mim.

(foto por marina bresler)

têm dias em que o sol se esconde!
têm noites em que a lua não brilha...
às vezes as nuvens se enegrecem
e escondem as estrelas da noite,
escondem o azul do céu.
e quando nada tem graça?
e quando o brilho se perde?

dizem-me: acredite!
por trás das nuvens permanece o sol,
permanecem as estrelas e a lua.
e nada pode os tirar de lá.
nem as nuvens, nem as tempestades,
nem a vontade de ninguém, nem você.
nada.

acredito?...

-má

7 de dezembro de 2007

:)

A maioria das pessoas é surpreendentemente ruim em notar falsos sorrisos. Uma possível explicação para isso é que pode ser mais fácil para as pessoas se entenderem se elas não souberem sempre o que outros estão realmente sentindo.
Embora sorrisos falsos frequentemente pareçam com sorrisos genuínos, na verdade são delicadamente diferentes, porque eles são produzidos por músculos diferentes, que são controlados por diferentes partes do cérebro.
Sorrisos falsos podem ser atuados pela vontade, porque os sinais cerebrais que os cria vem da parte consciente do cérebro e induz o músculo zygomaticus major na bochecha a contrair. Estes são os músculos que puxam os cantos externos da boca.
Sorrisos genuínos, por outro lado, são gerados pelo inconsciente, então são automáticos. Quando as pessoas sentem prazer, sinais passam pela parte do cérebro que processa emoção. Enquanto fazem os músculos da boca se mexerem, os músculos que levantam as bochechas - o orbicularis oculi e os pares orbitalis – também se contraem, fazendo os olhos subirem, e as sobrancelhas baixarem delicadamente.
Linhas ao redor dos olhos às vezes aparecem em falsos sorrisos mais intensos, e as bochechas podem subir, de maneira que pareça que os olhos estão contraídos e o sorriso é genuíno. Mas há alguns sinais chave que distinguem esses sorrisos dos reais. Por exemplo, quando o sorriso é genuíno, o olho se enruga – a parte carnuda entre a sobrancelha e a pálpebra – move para baixo e no final da sobrancelha se abaixa delicadamente.
Cientistas distinguem sorrisos genuínos e falsos usando um sistema codificado chamado the Facial Actions Coding System (FACS), que foi criado pelo Professor Paul Ekman da Univesidade da Califórnia e pelo Dr. Wallace V. Friesen da Universidade de Kentucky.
(tradução livre por marina)


faça o teste e veja se você é bom para distinguir sorrisos reais dos falsos:
http://www.bbc.co.uk/science/humanbody/mind/surveys/smiles/index.shtml

eu consegui acertar 17 de 20 :)

-má.

28 de novembro de 2007

abóbada celeste.

sabe aquele passarinho?
(aponta para o céu)
eu queria voar como ele...
e passar por entre as nuvens,
e namorar as estrelas de pertinho.
queria atravessar o céu e pousar em seu ombro.
sentir seu perfume, e cantar em seus ouvidos um sussurrar de canções que brotam do coração.
e não precisaria me engaiolar,
eu já estou presa em seu amor.
prendeu-me. prendi-me.

- má.

27 de novembro de 2007

apreenda-me, se for capaz.


eu preciso de um caderno que só tenha folhas no final. é, eu gosto de escrever nas últimas folhas, apesar de agora estar em uma das primeiras, já que as dez últimas folhas já estão cheias. ah, eu gosto de cadernos grandes também, mas é difícil encontrar cadernos grandes e grossos sem linha. então agora escrevo nelas, apesar de que preferia que não estivessem aqui. linhas limitam. mas mesmo assim, nunca uso uma inteira mesmo... sempre tenho um espaço no começo e no fim dela, é mania. tenho a impressão de que fica mais limpo. mas, dessa vez, não deixei espaço no fim da linha...
e não gosto de escrever diretamente aqui, teclando no computador. um lápis é fundamental pra mim. e uma folha em branco. eu prefiro o lápis mas nunca uso borracha, dificilmente. sim, meus textos originais são cheios de rabiscos, setas e parágrafos fora do lugar.
sobre o conteúdo, se analisar a fundo vai encontrar metáforas, nada é inútil aqui. tudo... cada palavra tem um motivo e revela um segredo ou esconde algo. creio que dificilmente alguém realmente entenda o que quero dizer. mesmo porque, não sabe em que contexto tudo se encaixa.
enfim, já não me recordo mais o que pretendia ao escrever tudo isso. mas de certo não é inútil, é? nada é.
-má.

21 de novembro de 2007

branco manco.


acho que perdi a capacidade de finalizar um texto.
tenho incontáveis começos e incontáveis primeiras e únicas estrofes.
por quê? sabe-se lá!
tem hora que é tão difícil colocar as palavras no papel. exatamente porque às vezes não é simplesmente "colocar palavras no papel", sabe? nem sempre funciona.
escrevo, torno a escrever e tudo que consigo são alguns parágrafos soltos.
mas atire a primeira bolinha de papel aquele que nunca amassou uma folha.

- má.

aprendendo.

"desiderato

procure viver em harmonia com as pessoas que estão ao seu redor, sem abrir mão de sua dignidade.
fale a sua verdade, clara e mansamente.
escute a verdade dos outros, pois eles também têm a sua própria história.
no meio do barulho e da agitação, caminhe tranquilo, pensando na paz que você pode encontrar no silêncio.
evite as pessoas agitadas e agressivas: elas afligem o nosso espírito.
não se compare aos demais, olhando as pessoas como superiores ou inferiores a você: isso o tornaria superficial e amargo.
viva intensamente os seus ideais e o que você já conseguiu realizar.
mantenha o interesse no seu trabalho, por mais humilde que seja: ele é um verdadeiro tesouro na continua mudança dos tempos.
seja prudente em tudo que fizer, porque o mundo está cheio de armadilhas.
mas não fique cego para o bem que sempre existe.
há muita gente lutando por nobres causas.
em toda parte, a vida está cheia de heroísmo.
seja você mesmo. sobretudo não simule afeição e não transforme o amor numa brincadeira, pois no meio de tanta aridez, ele é perene como a relva.
aceite com carinho o conselho dos mais velhos e seja compreensivo com os impulsos inovadores da juventude.
cultive a força do espírito e você estará preparado para enfrentar as surpresas da sorte adversa.
não se desespere com perigos imaginários: muitos temores têm sua origem no cansaço e na solidão.
ao lado de uma sadia disciplina, conserve, para consigo mesmo, uma imensa bondade.
você é filho do Universo, irmão das estrelas e árvores, você merece estar aqui.
e mesmo se você não puder perceber, a terra e o Universo vão cumprindo o seu destino.
procure, pois, estar em paz com Deus, seja lá qual for o nome que você lhe der.
no meio de seus trabalhos e aspirações, na fatigante jornada pela vida, conserve, no mais profundo do ser, a harmonia e a paz.
acima de toda mesquinhez, falsidade e desengano, o mundo ainda é bonito.
caminhe com cuidado, faça tudo para ser feliz e partilhe com os outros a sua felicidade."

texto encontrado em Baltimore na antiga igreja de Saint-Paul, em 1632.





agradeço ao meu querido professor de biologia pardalzinho pelo texto.
:)

13 de novembro de 2007

shot.


don't be there, don't be there
'cause i'm on my way
and i'm already gone over
and i'm on my way

and i can't recall myself
how i went down
did i get shot
or shoot myself?

i'm down here, i'm down here
and you're way up there
but that doesn't hurt badly
but it stings right here ♥

and i won't pretend there's
nothing there
you be around and i'll be square
don't be alarmed if i'm not there
you be around and i'll be square

if you're a rose
then i'm the thorn
that's in your side
and does it hurt badly
'cause it burns right here

i'd like to say hello
i'd like to say i care
i'd like to let you know
that nothing here's the same with me
nothing here's the same

don't be around
don't be there, don't be there

- don't be there // switchfoot.
(eu não viciei nessa música, tá?
realmente tinha me esquecido
de como essa banda é boa...)

dois em um.


e acabo por fazer exatamente o que abomino. por quê?
e acabo por fazer exatamente o que odeio. por quê?
eu digo: não me faças isso, não gosto. e lá vou eu e faço!
irrito-me a mim mesma.
juro por tudo que não é proposital. eu não sei por que, mas quando me dou conta... caraca, olha o que estou fazendo!
não que eu queira, foi sem perceber. eu não quero.
talvez seja uma vingança odiosa do meu subcoinciente. ou talvez eu seja mesmo toda contraditória assim. isso é tanta falta de caráter. mas juro pela minha vida que não é por mal.
ah, cale-se!

-má.

12 de novembro de 2007

♥.


aparência.

tem aparência doce e suculenta, é macia ao tato. sua pele acarinha a mão.
parece ter um gosto único de extrema pureza. é agradável aos olhos e convidativa ao paladar. cheiro suave, quase que de flor.
os lábios a tocam. quente.
os dentes se cravam em sua carne delicada. doce e macio.
a língua saboreia com gosto... amargo?
a pele se murcha e o cheiro se azeda. amargo e frio.
seu interior é podre.
jogada por cima do ombro, cai no chão. e ali fica.

- má;

24 de outubro de 2007

na beira.


ela vê aquele poço, cheio de água. calor, a água é convidativa. parece refrescante.
mas... é um poço tão raso. ela já pode ver seu fim, seu fundo. pedregulhos e solidão.
ah, ela não deveria mergulhar, pular de cabeça... não deveria, mas... a água parece tão boa e fresca! agrada-lhe a idéia de mergulhar. ela o quer tanto. mergulhar e deixar-se enlear pela água. não importa que no fim ela tenha uma contusão. ou importa? será esse o medo? medo de se machucar e manchar a água tão pura com seu sangue irresponsável? medo de perder tanto a água quanto a vida.

- má.

só(lo).

uma grande terra, tu conquistastes. mais do que uma vez poderias ter pensado.
roubastes a terra que deveria pertencer ao seu oponente, vitorioso... não? manteve com muito cuidado, mesmo com o inimigo por cima. plantou e colheu. mas depois... abandonastes antes de completar a colheita. por quê? por que motivo se conquista para depois deixar aos grilos?
é certo que tinhas roubado, mas depois.. poderias conquistar com honra. não se desiste assim, depois de tão longe. mas tu... desististes. e hoje, em que terra estás? sua velha terra continua no lugar, porém sozinha e abandonada. só peço que tenhas cuidado e preste atenção. talvez venha alguém para conquistá-la ou tu a perca para os grilos.
se não quiserdes, que dê de presente! não brigue mais por terrenos que um dia largará. mas se quiserdes... não deixe que os grilos acabem por completo com o que resta da sua plantação. pois ainda há remanescentes do que uma vez plantastes.


- má.

16 de outubro de 2007

lágrim(ud)as.

a planta, muda e calada. miúda.
que ela sente? que ela quer? que ela precisa? que ela quer dizer?
muda e calada, não diz. não responde. demonstra.

chega o outono, caem suas folhas, caem sua flores. inverno... tão apática, sombria e nua. primavera! exultante primavera... alegre e viva, ela renasce. mas, no verão, a seca e o calor... sufocada.

ouve-se um reclamar? não. tudo passa. ela sofre, revive e morre... muda e calada. não diz, demonstra.
nunca se ouviu um "preciso de água, água-me" dela. seu estado já conta tudo. folhas murchas e caídas são um "água-me" sussurrado, mudo e calado.

não se pode envolver uma planta. ela te sufoca, ela se sufoca. e não adianta implorar-lhe por flores ou frutos. ela não os dará se não for tempo e se não for bem cuidada. não é possível controlar, e não adianta cobrar.

delicadeza. um vento forte pode levá-la, uma tempestade pode derrubá-la. mas não pense escutar que ela te chama. muda e calada, ela sofre. e confia em seus espinhos.
ela não diz se está triste. ela não diz se está feliz. ela demonstra. seja com galhos secos, seja com flores coloridas. muda e calada.

cabe a ti prender sua atenção nela. cuide, ame, e ouça suas demonstrações mudas, caladas. ouça o que não é dito. descubra o que ela não diz. um sussurro manhoso e mudo, uma voz morta que ecoa dentro dela mesma, mas não se exalta pra fora, mantem-se calada.
planta não fala. ouça o que ela diz.

-má.

15 de outubro de 2007

foi-se?

há muito tempo, ouviam-se os pássaros a cantar. ouviam-se os anjos a cantar. ouvia-se a natureza e tudo que há a cantar. onde está esse som? onde está a melodia? para onde se foram as notas? se perderam... fugiram das pautas. só existe um intervalo intenso e comprido de uma breve tão duradoura.
e quem há de resgatar sua musicalidade?...


- má

12 de outubro de 2007

aperte o play!



don't you wake up yet
give me some time
to watch you asleep
oh angel of mine
and I will be fine
as long as your near me
oh angel of mine

but tomorrow if a golden train came to take you away
would you go or would you stay?

here in this cozy room just me and you
oh cuddling and kissing
making sweet love
shooting star wishing and watch the sun come up
and then we'll sleep all day
meet in out dreams and live life our way
drop it all off and we'll fly away
dip through the stars and wake up slowly

oh one thing I know fore sure
is my love for you is deeper than any root or stone
mamma told me so
don't walk the streets alone

- golden train lyrics de justin nozuka



algumas músicas do justin nozuka. caraca, esse cara é o máximo de bom. amo! escute aí :)
-má.

11 de outubro de 2007

cada instante.



quero que todos os dias do ano
todos os dias da vida
de meia em meia hora
de 5 em 5 minutos
me digas: eu te amo.

ouvindo-te dizer: eu te amo,
creio, no momento, que sou amado.
no momento anterior
e no seguinte,
como sabê-lo?

quero que me repitas até a exaustão
que me amas que me amas que me amas.
do contrário evapora-se a amação
pois ao não dizer: eu te amo,
desmentes
apagas
teu amor por mim.

exijo de ti o perene comunicado.
não exijo senão isto,
isto sempre, isto cada vez mais.
quero ser amado por e em tua palavra
nem sei de outra maneira a não ser esta
de reconhecer o dom amoroso,
a perfeita maneira de saber-se amado:
amor na raiz da palavra
e na sua emissão,
amor
saltando da língua nacional,
amor
feito som
vibração espacial.

no momento em que não me dizes:
eu te amo,
inexoravelmente sei
que deixaste de amar-me,
que nunca me amastes antes.

se não me disseres urgente repetido
eu te amoamoamoamoamo,
verdade fulminante que acabas de desentranhar,
eu me precipito no caos,
essa coleção de objetos de não-amor.


- quero de carlos drummond de andrade

10 de outubro de 2007

favorite.




aperte o play!
relient k é a melhor banda do mundo inteiro.
e tenho dito!

-má.

9 de outubro de 2007

minuciosidade.


não quero que digas que choveu.

"ontem choveu.", não.



conte-me das sementes que brotaram, das flores que abriram, dos frutos que caíram, da terra fofa e molhada, do barro, da lama encharcada, dos rios e fios de água que cruzam a terra marcada.
conte-me do brilho da chuva e frescor de sua brisa.



mas se continuardes assim, enforco-te e enterro.






-má.

4 de outubro de 2007

já!

você já parou pra pensar que estamos pensando a cada segundo? a cada milésimo de segundo milhares de mil coisas passam por sua mente. você pensa em trilhares de coisas (ou mais?) em apenas um minuto.
quantas coisas você pensou hoje? um número maior do que o das estrelas? por quantas galáxias do seu cérebro você viajou hoje? quais os buracos negros da memória que você explorou?
você se lembra qual foi a primeira coisa que passou em sua mente quando você acordou? e qual será a última coisa que lhe passará pela mente ao dormir?
o que você pensou nos minutos que gastou lendo minhas palavras? o que você realmente está pensando agora, exatamente agora? é difícil responder com certeza já que em menos que um piscar de olhos... o que estava pensando mesmo?
-má.

envelope recheado.

quem é você? (...)
não era um tanto quanto esquisito ela não saber quem era? e também não era uma injustiça o fato de ela mesma não poder determinar sua aparência? isto simplesmente lhe tinha sido imposto ao nascer. seus amigos, estes sim ela talvez pudesse escolher, mas não tinha a chance de escolher-se a si própria. não tinha sequer decidido ser uma pessoa.
o que era uma pessoa? (...)
não era extraordinário estar viva naquele momento e ser personagem de uma aventura maravilhosa como a vida? (...)
depois de pensar um pouco sobre o fato de existir, sofia não pode deixar de pensar também que um dia desapareceria. (...)
estou vivendo no mundo agora, pensou. mas um dia terei desaparecido. cismada, sofia parou um instante no passeio de saibro. tentou concentrar todo seu pensamento no fato de existir, a fim de esquecer que um dia deixaria de existir. mas não conseguia. no mesmo instante em que se concentrava no fato de existir, pensava também que um dia morreria. e o mesmo ocorria ao contrário: só quando sentiu intensamente que um dia desapareceria é que pôde entender exatamente o quanto a vida era infinitamente valiosa. (!) e quanto maior e mais clara era uma face da moeda, tanto maior e mais clara se tornava a outra. vida e morte eram dois lados de uma mesma coisa.
não se pode experimentar a sensação de existir sem se experimentar a certeza que se tem de morrer, pensou. e é igualmente impossível pensar que se tem de morrer se pensar ao mesmo tempo em como a vida é fantástica.
sofia lembrou-se de que sua avó dissera algo semelhante no dia em que soube de sua doença. - só agora entendo o quanto a vida é rica - foram suas palavras.
não era triste que a maioria das pessoas tivesse primeiro que ficar doente para só então entender o quanto a vida é bela? ou então que tivessem de encontrar uma carta misteriosa na caixa de correio?

- o mundo de sofia de jostein gaarder. (enfases minhas)




p.s.: verifique sua caixa de correio :)

22 de setembro de 2007

amadogprezado.

querido. curiosa palavra. "fulano de tal é uma pessoa muito querida". sabe? aquela pessoa agradável, protegida. que todos gostam, ou nem todos, talvez apenas alguém.
querido. derivado do verbo querer.
eu quero. tão egoísta. eu quero, queres, quer, querem, quereis... todos queremos algo, ou alguém.
talvez, apenas queira o bem de alguém. querer bem de alguém, alguém querido.
talvez, queira possuir alguém. desejar alguém, alguém querido.
querer-te bem. querer-te, bem querer. querer-te, querido.

-má;

whispers.

- finish it.
(...)
- i don't know. i'm trying to. but i don't know how.
- you do. you will... you do. you will...
(whisper far away: i'm not afraid anymore, tommy)
- i'm gonna die. i'm gonna die... (smiles)
- togheter we will live forever. (tears)
- forever?
- forever. (grins)
- we will live forever.
- finish it.
- ok.
- do filme the fountain (fonte da vida).

21 de setembro de 2007

alento matinal.

eu fui para o banco de trás
o de reserva
o do fundo
o desprovido da melhor visão

tiraram-me a única paixão da manhã
tiraram-me do meu alento
da minha visão
era minha visão

tiraram-me de ver aqueles traços
tão bem desenhados e alinhados
tão bem coloridos e pintados
de mais refinado gosto

fui para o banco de trás
não estou mais a frente
e não posso mais contemplar-te
horizonte

-má.

18 de setembro de 2007

passatempo.

era uma vez um ipod azul
que tinha umas músicas nostálgicas
mas o rádio pifou, e essas músicas pararam
então jogaram os velhos discos fora
e depois se arrependeu e foi atrás no lixão
e tomou banho de lama pra aliviar
e rejuvenescer alguns anos.. depois
viu que ficou muito, mas muito mais velho do que já era
e começou a aproveitar mais a vida, pois viu que ela é muito curta
então saiu a procura de um novo amor
porque o velho já não lhe agradava mais
e o novo era bem mais colorido e saltitante como
um canguru inglês, que pulava feito
um sapo velho no brejo da cachoeira do pântano


//historinha por lufê, luiz, ray, manda, réyza, má - respectivamente.

14 de setembro de 2007

just fine.

you tell everybody
that you'r doing fine
but i know you better
and i know you'd never
let them see you cry
keep telling yourself
that you don't need help
i wish you'd take it easier, friend
because if life is the means
what's the end?

// tokyo rose - the hard eight;

11 de setembro de 2007

folhagem do tempo.

- dá licença pra eu varrer aqui, marina?
- claro... uma vassoura de folhas!
- é, uma vassoura de folhas novas que varre as folhas velhas que estão no chão
- é, vassoura de folhas que varre folhas...
- será que as folhas velhas não grudam nas novas da vassoura?
- eu acho que sim...
- e um dia as folhas novas ficam velhas e vão ser varridas por outras folhas novas.
- a vassoura está frouxa, tenho que apertar um pouco pra ficar mais firme. muito nova.


(diálogo: sr. newton, má e sylvinha)

controle.

quando se precisa de alguém, pra que braços correr? aonde lançar seu corpo em descanso e segurança? sem medo... em quem confiar?
acho perdi um pouco da confiança nas pessoas. acredito em tudo que me dizem, sendo mau. desconfio de tudo que me dizem, sendo bom. deu pra entender?
mas o que me irrita é a facilidade que possuo para cair em falcatruas. inocente. devia ser proibido as pessoas se aproveitarem dos outros. crime de cadeia. e perpétua, quando se trata de sentimentos. isso é tão errado, tão errado...
ah, incertezas! às vezes elas me corroem por dentro.
você já quis viver sua vida duas vezes? por dois caminhos? em um deles você optaria por uma escolha, em outro... pelo oposto. sabe, saber que fim cada escolha chegaria, afim de seguir com a mais feliz. como se pudéssemos dar ctrl+z na vida. parece bom, não?
mas então, tudo perderia seu mistério, marina. a vida não seria mais a grande aventura que é. perderia toda mágica, seria trapaça. mas quem é que não se agrada de uma trapaça? é só brincadeira, vai! bom, pelo menos quando a fazemos, certo? porém, quando vem pra cima da gente não é mais tão divertido assim...
será que posso confiar em você? trapacear e confiar na sua trapaça...? perguntas que ecoam dentro de mim.

- má;

10 de setembro de 2007

desvaneios em trânsito.


você já sentiu como se todas as forças do universo te impulsionassem para fazer alguma coisa? como se aquilo já tivesse sido traçado muito tempo atrás e fosse tão normal e esperado quanto o orvalho da manhã? se tudo já tivesse sido desenhado e coordenado muito antes?
mas o que fazer quando uma (ou mais, talvez) coisa te impede de continuar seguindo o que parece ser a força do acaso? do destino?
será que o orvalho é mesmo tão normal assim? eu digo, é de se surpreender, não? tão mágico e bucólico.
às vezes sinto que nos pregam peças. mas quem? sinto como se fossemos peões da existência de algo maior, ou menor. talvez de nossa própria mente. talvez sejamos nós que simplesmente criamos o acaso. já parou pra pensar que às vezes pequenas coisas podem mudar sua vida? uma rejeição, um olhar, um telefonema, um papel de bala...
por que viver de maneira tão medíocre? com certeza há algo que dê sentido as perguntas não mais questionadas, ou questionadas demais em nosso interior.
não posso deixar de citar: 'há mais entre o céu e a terra do que pode imaginar nossa vã filosofia'
e, pra que saber tudo, afinal? se tivesse uma dica, ficaria imensamente feliz. mas confesso que procuraria por mais.
não posso deixar de me interromper agora, enquanto observo pela janela... a natureza é tão perfeita! impossível não se deslumbrar ao contemplar um final de tarde. o céu numa cor tão maravilhosa constantemente mudando de tonalidade; mista de lilás, laranja e uma cor indecifrável que não acredito que possa ser reproduzida numa tela de pintura. e o que dizer das árvores contrastando nas nuvens?... realmente gostaria de ter uma máquina fotográfica atrás de minhas pálpebras.
aqui estou eu em meus devaneios sobre as rodas em movimento de um ônibus interurbano. mas o que me pergunto é: o que nos move aqui? o que te move aqui? existe alguma força maluca e inconsequente do destino? não posso prometer mais nada a ninguém. não mais. não por agora. meus planos, eles estão em perigo. por algo que talvez eu deva chamar de interferência do mundo das idéias. ou talvez, não.

-má;

quimera.




- acorda, marina.
- e estou dormindo?
- não, acorda pra vida!
- não quero, não quero...

triiiim, triiiim, trii.. poft!

6 de setembro de 2007

ser estrela não é melhor que ser um mundo.


todos valorizam pessoas talentosas; alguns idolatram, outros têm como exemplo e querem seguir seus passos. é verdade que os dons abrem portas, mas isso não é tudo.
existem vários dons, alguns públicos e outros escondidos. há pessoas que possuem mais de um, e também os que ainda não encontraram o seu. mas é certo que todos temos algo que nos torna únicos e especiais. Cada pessoa é um mundo, um universo a ser descoberto.
talvez alguns pensem que é necessário ter um talento explícito para ganhar seu lugar no mundo; mas ele não vai levar a lugar nenhum se não for encontrado, trabalhado e aperfeiçoado, independente do talento que for. e quem garante que não possamos criar talentos? tudo vem da prática e força de vontade. o que nos impulsiona são os sonhos.
uma pessoa que não é boa com números pode se tornar excelente se estudar e esforçar-se; da mesma maneira que uma pessoa que canta muito bem pode, na verdade, não entender nada de teoria musical e canto. talento sem conhecimento não se aperfeiçoa. conhecimento sem força de vontade não leva ao talento. na vida é necessário ter sonhos, ela deve ser feita de sonhos, e tê-los como combustível.
é necessário saber como usar o dom para alcançar seu lugar no mundo. alguns não se perdoam por não terem determinado talento, mas se esquecem de que o mais importante não é ser uma estrela para todos. esquecem-se de que com o simples dom de amar sendo praticado é possível conquistar o mundo de alguém.
- má;

5 de setembro de 2007

cataventos.

impressionante como são as pessoas.
hoje de manhã, acordo bem disposta, e saio em direção ao carro de minha tia, que já me esperava lá fora com as meninas impacientes, para irmos à escola.
no meio o caminho, a nossa frente, entram um fusca e um ônibus escolar fumacento. claro, que a motorista não poderia deixar de reclamar da lerdeza em que os dois carros iam. é tão agradável começar o dia com pessoas reclamando. mas, noto, na janela do ônibus branco com faixas azuis e amarelas, na ultima janela, como que por mágica.. há uma mão pra fora, pequena mão, segurando nada mais, nada menos que um grande catavento! reparo que a inteligência da criança foi aproveitar o ônibus em movimento e o ar em repouso, gerando vento no brinquedo que girava com extrema graça. muitos não chamariam de inteligência, talvez até censurassem. mas por que não começar o dia se divertindo? e com coisa tão simples? muitos diriam: o que é aquilo? um pedaço de pau? - assim como fez minha tia. a quem esclareci em uníssono com minha prima: é um catavento!
um catavento, quem diria. plena manhã de quarta-feira, mais exatamente 6:56h, um catavento grande e simples, de madeira, na ultima janela de um ônibus fumacento lotado de crianças. talvez esse fato passasse desapercebido pela maioria. e talvez nenhuma das outras garotas que estavam presentes nessa cena, ainda se lembrem, agora. afinal, aquele ônibus fumacento e grande estava impedindo nossa passagem, tomando preciosos 1 minuto e meio do nosso tempo, nos fazendo chegar na escola as 6:59!
-má;

3 de setembro de 2007

maqueia.

sorri.
quando a dor te torturar
a saudade atormentar
os seus dias tristonhos vazios

sorri.
quando tudo terminar
quando nada mais restar
do teu sonho encantador

sorri.
quando o sol perder a luz
e sentir uma cruz
nos teus ombros cansados doídos

sorri.
vai mentindo a sua dor
e ao notar que tu sorri
todo mundo irá supor

que és feliz.

neutral.

você pode me dizer o que quiser agora, eu não vou ouvir. não quero. pode me repetir a verdade que já sei. não vou te escutar. não agora. não quero, não vou. mas queria. cansei. cansei. cansei. esgotei. a verdade está em meu coração, gravada em minha memória. eu já sei, entende? não me diga. não quero escutá-la. não preciso ver sua face de reprovação e ouvir seu julgamento precoce. só queria seu abraço e ajuda. ah, mas eu queria tanto despertar, ao mesmo tempo que queria dormir, e sonhar.

-má;

2 de setembro de 2007

prosa com o céu.


"ora (direis) ouvir estrelas! certo
perdeste o senso!" e eu vos direi, no entanto,
que, para ouví-las, muita vez desperto
e abro as janelas, pálido de espanto...

e conversamos toda a noite, enquanto
a via láctea, como um pálio aberto,
cintila. e, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
inda as procuro pelo céu deserto.

direis agora: "tresloucado amigo!
que conversas com elas? que sentido
tem o que dizem, quando estão contigo?"

e eu vos direi: "amai para entendê-las!
pois só quem ama pode ter ouvido
capaz de ouvir e de entender estrelas."

soneto xii de via láctea - olavo bilac;

31 de agosto de 2007

aleatoriedade.


carlinhos fugiu de casa e quebrou o pé
ele pegou uma carona e quebrou a mão
sorte que foi só a mão
porque se fosse o corpo todo
não teria o corpo pela metade
mas teria a cabeça arrancada para uma criança má
então ele sentou e chorou
chorou de rir
ae todo mundo veio perguntar o que aconteceu
e falavam que ele tinha morrido, foi muito trágico
e todos começaram a chorar na mesma hora
parecia um coral
daqueles corais do mar, mas era cor de rosa
e então eles coloriram de azul pra ficar diferente
azul da cor do mar
mas quem disse que o mar é azul?

- marina, ellen, amanda e ráyza, respectivamente.




alguém já brincou de historinha?
cada uma escreveu uma linha, lendo apenas a última linha escrita e desconhecendo as anteriores..
aê saiu o que saiu :D
tá vai, é divertido quando termina.
ri até chorar (novidade :P)

divergência.

o tempo voa e parece uma eternidade.
sim.
o tempo custa a passar, vai, vai, vai!...
mas os dias voaaam, acordo e já vou dormir!
como pode tão poucos dias parecerem anos e os dias futuros tão distantes?
ah, se fosse possível tamanha discrepância, eu inverteria tudo!
faria os dias mais longos e meses mais curtos...
ou então aumentaria um dia no final de semana. se chamaria disabádo. é, mudaria a tônica também.
quem sabe assim o tempo não andava mais devagar e chegava logo...


- má;

30 de agosto de 2007

fiasco chistoso.


diante da minha indisposição para prestar atenção na aula de biologia, com a voz do professor pardalzinho que ecoava pela sala explicando algo sobre.. ahnn o que era mesmo?... eis que me surge uma súbita vontade de escrever, e faço uma tentatíva frustrada em meu momento de distração:

ah se eu pudesse falar
diria bem no pé do ouvido
o que não podes escutar

antes fosse mosca
zumbiria inaldível
mas como sou moça
não digo tal coisa horrível

eu sei, foi das piores... mas o incrível foi, ao mostrar meu desastre literário à minha ilústre amiga dona rayza, ela responder com poema de tamanha grandeza:

marina morena
pra que falar no pé do ouvido
quando se pode gritar
não deve ser tão ruim
ouvir você falar

ao que não me recuso responder:

querida rayza
não devo dizer
pois trazerá raiva
você tem que me deter

sendo assim ela finaliza, me impedindo de continuar:

porque tentar deter
alguém como você, marina?
e para com isso de raiva
se liga minha menina
fim.

não é preciso dizer que demos mais do que gargalhadas na entediante aula sobre a vida. :)
apenas não tente entender, é incompreensível: "criança se diverte com qualquer coisa", como diria meu amado digníssimo, senhor felipe gilli.

- má;